ESTOCOLMO – Anabela Lemos, ativista ambiental moçambicana, juntamente com a sua organização Justiça Ambiental! (JA!) estão entre as pessoas premiadas com o Right Livelihood pelo seu compromisso com a justiça ambiental. A liderança da organização à frente da “Campanha Diz Não ao Gás” chamou a atenção internacional para as lutas ambientais e de direitos humanos em Moçambique, responsabilizando as empresas transnacionais de combustíveis fósseis pelas violações nos seus países de origem.
Há mais de 40 anos, o Prêmio Right Livelihood homenageia e dá apoio a pessoas que têm a coragem de resolver problemas globais. Até hoje, 198 pessoas de 77 países receberam o Prêmio, incluindo a defensora de direitos humanos ucraniana Oleksandra Matviichuk, o ginecologista e defensor dos direitos das mulheres congolês Dr. Denis Mukwege, e o advogado defensor de interesse público americano Bryan Stevenson.
JA! é uma organização reconhecida pela sua incidência global, nomeadamente contra um projeto de extração de gás de 24 mil milhões de dólares apoiado pela TotalEnergies na região de Cabo Delgado. A organização construiu alianças com a sociedade civil em mais de 23 países para fazer frente a este projeto, tendo conseguido retardar o seu avanço.
Diante de um ambiente político de caráter opressivo em Moçambique, JA! é um dos poucos grupos no país a se atrever a denunciar projetos tão danosos. Há mais de 20 anos, Anabela Lemos e a JA! trabalham junto às comunidades afetadas no combate a projetos governamentais e empresariais que causam deslocamentos, comprometem os meios de subsistência e intensificam as alterações climáticas.
Com Anabela Lemos e Justiça Ambiental! é a primeira vez que pessoas e organizações de Moçambique recebem o prêmio Right Livelihood.
O júri da Right Livelihood anunciou que Anabela Lemos e a JA! estavam a receber o prêmio “por empoderarem as comunidades para que possam defender o seu direito de dizer não a megaprojectos de exploração e exigir justiça ambiental”.
O Prêmio vai dar-nos visibilidade e assegurar a mim e à JA! que o trabalho que fazemos é valioso e importante,” disse Anabela Lemos. “Isto mostra que não somos apenas um grupo de pessoas que se está a opor ao desenvolvimento sem qualquer razão. Corremos riscos porque acreditamos em nosso trabalho”.
Anabela Lemos participará de uma coletiva de imprensa hoje às 11:00 CEST. Inscrições aqui.
“Anabela Lemos e JA! são pioneiras na luta pela justiça ambiental em Moçambique”, disse Ole von Uexkull, Diretor da Right Livelihood. “No terreno, a JA! atua em estreita colaboração com a população local, capacitando-a para se levantar contra projetos de destruição e ajudando-a a encontrar a força para dizer ‘não’. O trabalho estratégico da JA! no sentido de responsabilizar as empresas nos seus países de origem fez desta organização uma força poderosa no movimento internacional de justiça ambiental, inspirando outros a juntarem-se à luta por um futuro sustentável”.
As outras pessoas premiadas pela Right Livelihood em 2024 são:
- Joan Carling (Filipinas)
- Issa / Amro Youth Against Settlements (Palestina)
- Forensic Architecture (Reino Unido)
As pessoas premiadas em 2024 serão homenageadas em um programa televisivo de Apresentação do Prêmio em Estocolmo na quarta-feira, dia 4 de dezembro.
Fotografias e vídeos estão disponíveis aqui.
Contatos de media
Media internacionais: Emoke Bebiak, emoke.bebiak@rightlivelihood.org, +41 78 333 84 84 and Sydney Nelson, sydney.nelson@rightlivelihood.org, +46 73 043 13 01
Media alemães: Julia Naumann and Nina Tesenfitz, presse@rightlivelihood.org,
+49 170 5763 663
Media espanhóis: Nayla Azzinnari, nayla@rightlivelihood.org, +54 9 11 5460 9860
Media escandinavos: Sonja Leister, sonja.leister@arenagruppen.se, +46 736-541319
Fotografias: Mikaela Fredrikson, mikaela.fredrikson@rightlivelihood.org
Breve biografia
Anabela Lemos é ativista ambiental moçambicana e diretora da Justiça Ambiental! (JA!), uma organização comprometida com a justiça ambiental em Moçambique. Há mais de 20 anos Anabela Lemos e a JA! lutam contra projetos liderados por empresas que deslocam comunidades, degradam os meios de subsistência e intensificam as mudanças climáticas. A liderança da organização na “Campanha Diz Não ao Gás” chamou a atenção internacional para as violações ambientais e dos direitos humanos causadas pelos projetos de extração de gás natural liquefeito (GNL) no norte de Moçambique.
Para além do ativismo ao nível das bases, a JA! é conhecida pela sua incidência global eficaz, nomeadamente contra o Mozambique LNG, um projeto de extração de gás de 24 mil milhões de dólares apoiado pela TotalEnergies na região de Cabo Delgado. A organização construiu alianças com a sociedade civil em mais de 23 países para fazer frente a este projeto. Ao apresentar provas fundamentais do terreno sobre os danos do projeto para as comunidades locais, a JA! expôs violações dos direitos humanos e crimes empresariais, conseguindo retardar o avanço do Mozambique LNG.
Apesar de operarem em um espaço político de caráter opressivo, Anabela Lemos e JA! continuam a amplificar as vozes locais no cenário mundial, o que demonstra que a luta pela justiça ambiental transcende fronteiras. O seu trabalho tem empoderado as comunidades para que possam defender os seus direitos, construindo o caminho para um futuro no qual os direitos ambientais e humanos de todas as pessoas sejam respeitados.
Informação biográfica
Anabela Lemos
Local de nascimento: Maputo, Moçambique
Data de Nascimento: 18 de fevereiro de 1953
Justiça Ambiental
Sede: Maputo, Moçambique
Fundada: 2004
Website: http://ja4change.org/
Twitter: @JA4change
Facebook: Justiça Ambiental
Sobre a Right Livelihood
Há mais de 40 anos, a Right Livelihood homenageia e dá apoio a pessoas que têm a coragem de resolver problemas globais. Sob a tutela de uma fundação, Right Livelihood é uma comunidade movida pela coragem, dedicada à mudança social, comprometida com a paz, justiça e sustentabilidade para todas e todos.
Anualmente, a Right Livelihood destaca agentes de mudança por meio de um Prêmio. Até hoje, 198 pessoas de 77 países receberam essa distinção. Ao reconhecer as ações de pessoas visionárias e corajosas e construir conexões de impacto em todo o mundo, a Right Livelihood impulsiona mudanças sociais urgentes e de longo prazo.
O Prêmio foi criado em 1980 após a Fundação Nobel ter rejeitado uma proposta de criação de dois novos prêmios para homenagear pessoas comprometidas com o avanço da justiça social e causas ambientais, destacando especialmente agentes de mudança do Sul Global.
Atualmente, o trabalho da Right Livelihood vai além da apresentação do Prêmio: a Fundação oferece às pessoas premiadas um apoio para toda a vida. A Right Livelihood é como um megafone e um escudo: dá-lhes visibilidade, garante proteção quando as suas vidas e liberdade estão em perigo e transmite as suas soluções inovadoras.
A Right Livelihood está sediada em Estocolmo, com um escritório em Genebra. A Fundação tem estatuto consultivo junto da ONU.